quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Uns e Outros
Esses cachorros da rua, que nós aqui chamamos guaipecas e cujo pedigree é do mais puro pot-pourri, capaz de enlouquecer qualquer genealogista canino - você já repararam como são alegres, espertos, afetuosos?
Só os de pura raça são graves e creio que tristes como os faraós egípcios, os chefes incaicos, os príncipes astecas.
Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
O Papão
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De dia ele gostava de dormir e de noite ficava comendo barras de chocolate com café preto. Nas sextas-feiras eu o levava a passear de automóvel. Íamos num bar à beira do rio Guaíba comer pasteizinhos de camarão, que ele gostava muito. Uma vez o levei à sede de um clube náutico. Havia muita gente, logo ele foi reconhecido e vieram muitas crianças para vê-lo. Uma vovó beijou sua mão. Ele disse: "Não beije minha mão, não sou o Papa". E voltando-se para mim, acrescentou: "Sou o Papão".
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Pequeno trecho do texto: "Quem é Mario Quintana", escrito por Sérgio Faraco no livro Sapato Furado, de Quintana.
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Apontamentos de história Natural
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Identidade
Em 1986, ano dos seus 80 anos, ele caminhava bastante, por recomendação médica. Andava pela André da Rocha, a rua do hotel Porto Alegre Residence, onde vivia, e pelas imediações. Nessas caminhadas simpatizou com uma arvorezinha plantada na calçada. Frágil e sem proteção, logo seria quebrada. Achou que alguém precisava cuidar da árvore e tanto fez que sua sobrinha Elena resolveu ligar para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Informado sobre o autor do pedido, o secretário determinou que providenciassem uma grade e aproveitou para promover uma cerimônia de inauguração, tendo o Quintana como padrinho da árvore. Durante a solenidade, um repórter de TV quis testar os conhecimentos de botânica do poeta:
- Qual é o nome dessa árvore?
- Eu não sei. Mas ela também não sabe o meu...
Dias depois Quintana deu um nome à afilhada: Gabriela.
Do livro: Ora Bolas - O Humor Cotidiano de Mario Quintana - Juarez Fonseca - Artes e Ofícios
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Meias de lã
Dona Mafalda Veríssimo, viúva de Érico, mãe de Luis Fernando, é uma grande tricotadora. Mario freqüentava a casa deles, como um dia disse Érico, “sempre que queria”. Uma especialidade de Dona Mafalda: meias de lã. Fazia muitas e dava de presente a Mario. Estava certa: um homem solteiro, morando em hotel, vítima de uma das piores coisas do inverno gaúcho que são os pés gelados. Quem consegue pegar no sono com os pés gelados? Maternal, ela enchia Mario de meias. Muitas meias. De todas as cores. Até o dia em que ficou sabendo de um comentário dele, feito para mais de uma pessoa:
- Essa Mafalda tem cada uma... Deve estar pensando que eu sou uma centopéia...
Do livro: Ora Bolas - O Humor Cotidiano de Mario Quintana - Juarez Fonseca - Artes e Ofícios
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Relógio
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Viver
Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas
Radiadas
Estrelas-do-mar... Ah,
Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...
e voar...
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!
Mario Quintana - Baú de Espantos
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sábado, 13 de novembro de 2010
Delícia de ...
Conversa Noturna
- O mais triste, do vento do deserto é que é um vento analfabeto – dizia um vento da cidade a uma tabuleta oscilante.
- Não – rinchava a tabuleta – o mais triste do vento do deserto é que ele não tem recordações.
- Sempre sentimental, essa velha pintada...
- pensou consigo o vento da cidade, passando adiante.
O vento da cidade era um pedante.
O lampião da esquina não dizia nada: ardia de febre.
Mario Quintana - Caderno H
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
As vacas
Porto Alegre recebe as vaquinhas da "CowParade" e, esta foi colocada junto ao CCMQ (Centro Cultural Mario Quintana).
Fico imaginando o encontro do Quintana com esta e as outras vacas espalhadas pela cidade... iria render muitos poemas coloridos.
A foto eu peguei AQUI
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Pequeno inventário
Os cabelos encaracolados das chamas
Os lisos cabelos do vento
O cabelo rente da grama
Os grandes pés ausentes dos deuses de pedra
Os pés volantes do medo
Os pés ridiculamente em enquadro dos assassinados.
Os meus dedos em leque onde se incrustam as estrelas
Os meus dedos em grade
Os meus dedos em grade
Os meus dedos em grade, ah, que eu não
consigo atravessar!
Mario Quintana
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Que pena!
Sobre o espetáculo QUINTANARIA.
Que pena! Não conseguiram fazer uma apresentação a nível de Quintana.
Foi um espetáculo sem expressão, vozes fracas e sem projeção.
Os poemas interpretados se tornaram quase cômicos, um espetáculo para crianças bobas.
Não conseguiram entender a sutileza, a malícia e a doce ironia que existe na obra do Quintana.
Perfeita, esta definição sobre a poesia de Quintana:
A poesia de Quintana se faz de reticências. Seus versos ocupam o exato espaço entre os pontos destas. (Nilton Maia)
A foto não ficou boa, pois como não era permitido fotografar o espetáculo, esta foi tirada antes de começar, com o palco ainda às escuras.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Poesia
domingo, 12 de setembro de 2010
Elegia Ecológica
As grandes damas usavam grandes chapéus, cheios de flores e de passarinhos.
As flores feneceram, porque até as flores artificiais fenecem.
Os passarinhos voaram e foram pousar nos últimos parques, onde iludem agora os seus últimos freqüentadores.
Sim! As grandes damas usavam grandes chapéus...
Eram cheios de flores e de passarinhos!
Mario Quintana - Esconderijos do Tempo
O Túnel
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Primeira linha
Ele não está simplesmente na primeira linha dos poetas brasileiros: na verdade, Mario Quintana assume uma posição que bem poucos dessa primeira linha conseguiram assumir. Lido com igual carinho pelos que começam hoje a fazer literatura como por escritores já inteiramente consagrados do País, ele é também um nome popular, um artista que sensibiliza o público e o vai tornando cada vez mais amigo da poesia. Ao longo dos anos, mesmo não lutando por isso, Quintana fez-se poeta de aceitação unânime: nós todos aprendemos a ver na obra dele - essa obra tão sutil e tão hábil como idéia e como forma - uma síntese feliz de domínio artístico e de lúcida apreensão da existência.
Prefácio do livro de Mario Quintana: Nova Antologia Poética da Editora Globo
3ª Edição - 1985
AS COVAS
OS GATOS, AS ADOLESCENTES, OS ÁLAMOS
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O estranho caso de Mister Wong
Além do controlado Dr. Jekill e do desrecalcado Mister Hyde, há também um chinês dentro de nós: Mister Wong. Nem bom nem mau: gratuito. Entremos, por exemplo, neste teatro. Tomemos este camarote. Pois bem, enquanto o Dr. Jekill, muito compenetrado, é todo ouvidos, e Mister Hyde arrisca um olho e a alma no decote da senhora vizinha, o nosso Mister Wong, descansadamente, põe-se a contar carecas na platéia...
Outros exemplos? Procure-os o senhor em si mesmo, agora mesmo. Não perca tempo. Cultive o seu Mister Wong!
Mario Quintana
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Um ano de blog
Julho é, para mim, um mês de grandes alegrias, pois nele eu nasci, nele Quintana nasceu e nele nasceu este blog.
Leio Quintana como quem busca estrelas, procuro a vida, a sutileza do espírito, a alegria da criação...
E você, querido leitor e seguidor deste blog, é que o torna tão especial, que passa por aqui e deixa seu carinho.
Obrigada a todos e Feliz Aniversário ao "Quintana é para Sempre".
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quinta-feira, 29 de julho de 2010
ANIVERSÁRIO DE QUINTANA 104 ANOS
Presença
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Mario Quintana
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
Mario Quintana (Quintana de Bolso)
sábado, 17 de julho de 2010
O Tempo
O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo. O Tempo não pode viver sem nós, para não parar.
E todas as manhãs nos chama freneticamente como um velho paralítico a tocar a campainha atroz.
Nós
é que vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir
por instantes
ao Velho... Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas a sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...
Mario Quintana
Ilustração: José Gomes
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Jardim Interior
Todos os jardins deviam ser fechados,
Com altos muros de um cinza muito pálido,
Onde uma fonte
pudesse cantar
sozinha
entre o vermelho dos cravos.
O que mata um jardim
Não é mesmo alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim
É esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente.
Mario Quintana
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Quintana, Quintanares
Mario Quintana, velhote buliçoso (quando o conheci), era surpreendente. Tudo nele me parecia engraçadíssimo. Insólito. Era um humorista.
Veio ao Rio – receber o prêmio do Pen Clube. E se hospedou no Hotel Flórida, o mesmo em que se hospedavam Gilberto Freyre e Mauro Mota. Havia as obras do metrô, na rua do Catete, Quintana telefonou do hotel: “Vocês não me avisaram que a cidade ainda não estava pronta”...
Fui a Porto Alegre numa delegação de escritores, para participar das festas dos seus setenta anos, 1976. Ele estava eufórico. Saltitante. Parecia um passarinho. Ficamos no City Hotel. Almoçamos lá com ele. Pediram-me que fizesse um discurso breve de saudação ao poeta, no fim do almoço.
Quando acabei, Quintana veio beijar-me. E disse que não faria um discurso de agradecimento, porque não sabia fazer discurso, nem gostava. Uma graça. Homem pitoresco. Todos aplaudiram com fervor.
E houve um grande jantar, noutro hotel. Lá estava Guilermino César, com todo o seu sofrimento, homem espantoso. Nélida Piñon, Rachel Jardim, Fausto Cunha, Paulo Mendes Campos compunham a comitiva.
Mario Quintana pareceu encabulado com tantas manifestações. Era um garoto. E o seu lado menino a todos cativava. Tivera uma vida de longos sofrimentos. A bebida o subjugara, durante anos. Lara de Lemos, solícita, o conseguiu libertar dessas cadeias. E ele nunca mais bebeu. Ele, que era um homem de bar, um ser noturno.
No almoço, no jantar, bebeu apenas água mineral. Dizia, com naturalidade: “não bebo mais”. Sentamos lado a lado, num bar, fim de tarde – e ele não quis beber, nada, a não ser a sua água mineral, anódina.
Paulo Mendes Campos ali estava, o grande admirador da sua poesia, intimista, leve, filosófica, despretensiosa, quase humilde, cheia de silêncios e de amor.
Falava baixo. Como que pedia desculpas. Era um ser gentil. Não tinha nenhuma pose, nenhuma afetação. Era tudo leveza, espontaneidade, fluidez, comunicatividade modesta. E brincava com a vida. Sabia provocar a vida. Quintana cultivava o humor mais genuíno. Mais inocente. Mais puro.
Era um anjo algo boêmio. Um anjo displicente. Um anjo sabido. E ousava divertir-se com a vida, conosco, com os acontecimentos, com as palavras.
Por Antônio Carlos Villaça em seu livro: Os Saltimbancos da Porciúncula
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quinta-feira, 3 de junho de 2010
Vida
Não sei
o que querem de mim essas árvores
essas velhas esquinas
para ficarem tão minhas só de as olhar um momento.
Ah! Se exigirem documentos aí do Outro Lado,
extintas as outras memórias,
só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum de imagens:
aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado
ou
uma
nuvem perdida,
perdida...
Meu Deus, que modo estranho de contar uma vida!
Mario Quintana
domingo, 30 de maio de 2010
Um pensamento
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Onde quer que você esteja...
Poema escrito por Bruna Lombardi para Mario Quintana.
Onde quer que você
esteja
veja que agora
em algum lugar alguém
chora
porque você foi
embora.
Eu sei que você
continua
por aí nesse universo
achando rima pra verso
com humor e
melancolia
Perplexo feito criança
diante de cada mistério
sua sutil sabedoria
nota coisas tão
pequenas
que outro não notaria
E aqueles que ficaram
por aqui, nessa
passagem,
sentem no céu esse
anjo
que você sempre escondia
e desejam boa viagem.
Bruna Lombardi
Copiado do:
http://assisbrasil.org/joao/quintana.htm
terça-feira, 4 de maio de 2010
Uma Linda Homenagem ao poeta Mario Quintana
Transcrevo aqui o que Taís Luso escreveu no seu blog Porto das Crônicas.
Para aqueles que amam Quintana, ela disse tudo o que cada um de nós gostaria de ter dito. Obrigada Taís por essa homenagem.
Meu Poeta Mario Quintana
"Quando leio Quintana, sinto um poeta que entendeu a vida de uma maneira única, que falava da solidão, da bondade e da felicidade com a mesma tranquilidade que falava na sua doce prometida – a morte.
Falava com a sabedoria de quem não apenas passou pela vida; mas deixou que a vida passasse, que rolasse e que esperneasse... E seguia ele com suas musas, com seus sonhos e quem sabe com seus devaneios...
E que delícia são seus poemas que falam de tudo, de uma maneira translúcida, com uma deliciosa ironia e um sarcasmo ferino! Mas assim era ele; dava a impressão de que brincava com a vida.
Já andei esbarrando com muitos escritores nos shoppings, em livrarias, na Feira do Livro e nos eventos culturais de Porto Alegre, e olhava ali... olhava lá... Via todos, falei com alguns, mas nunca vi o meu poeta. Nunca pude dizer: olha ali o Quintana!!
Mas não sei se ao vê-lo não ficaria muda e parada! Sim, porque quem conheceu o poeta – ao menos pela televisão – lembra de sua ironia refinada e surpreendente. Dava seu recado sem tradução, e a gente que se virasse, que aprendesse a captar o espírito da coisa.
Aprendi com ele a ver as belezas de Porto Alegre, suas ruas antigas, suas ladeiras, a beleza do vento numa tarde de outono. Aprendi a amar a nossa gente. Aprendi como é linda a simplicidade. Aprendi que é na simplicidade que conseguimos tocar todas as almas. E ele conseguiu. E como conseguiu!
Quando leio o seu poema O Mapa , lembro que também passei pelas mesmas esquinas esquisitas, talvez as mesmas moças eu vi... E caminhei pelas mesmas ruas que ele caminhou. Também já pensei, se no dia em que eu for poeira ou folha lavada, também farei parte do nada?
Seus poemas consolam. Aprendi que um dia, quando a morte chegar de mansinho e disser: Anda, vem dormir... Talvez eu já esteja preparada.
Levarei a mágoa de nunca ter visto meu poeta de perto, levarei um ciúme de não ter sido uma de suas musas... Quem não gostaria de inspirar o poeta em suas noites de solidão e talvez de agonia, fazendo parte de seus eternos rabiscos?
Mas depois de ter lido muitos de seus poemas até já perdi minha aflição: que eu passarei e todos passarão, é certo: só não se repetirá o que aconteceu no dia em que Deus o levou: fez dele um PASSARINHO!
Thaís Luso de Carvalho
POEMINHA DO CONTRA
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão... Eu passarinho!
domingo, 2 de maio de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Bilhete com endereço
Mas onde já se ouviu falar
Num amor a distância,
Num (tele-amor)?!
Num amor de longe...
Eu sonho é um amor pertinho
Um amor juntinho...
E, depois,
Esse calor humano é uma coisa
Que todos - até os executivos - têm.
É algo que acaba se perdendo no ar,
No vento
No frio que agora faz...
Escuta!
O que eu quero,
O que eu amo,
O que desejo em ti
É o teu calor animal!...
( Baú de espantos)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Bilhete a Mario Quintana
quinta-feira, 18 de março de 2010
A casa em ruínas
Lunar
As casas cerraram seus milhares de pálpebras. As ruas pouco a pouco deixaram de andar. Só a lua multiplicou-se em todos os poços e poças. Tudo está sob a encantação lunar... E que importa se uns nossos artefatos lá conseguiram afinal chegar? Fiquem armando os sábios seus bodoques: a própria lua tem sua usina de luar... E mesmo o cão que está ladrando agora é mais humano do que todas as máquinas. Sinto-me artificial com esta esferográfica. Não tanto... Alguém me há de ler com um meio sorriso cúmplice... Deixo pena e papel... E, num feitiço antigo, à luz da lua inteiramente me luarizo...
Mario Quintana
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Os degraus
DIA DE CHUVA
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
713.789
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